Estudo avaliou 114 mil quilômetros de rodovias em todo o país
O estado geral das rodovias brasileiras melhorou neste ano em relação a 2024. A conclusão é de uma pesquisa da CNT, a Confederação Nacional dos Transportes. O levantamento divulgado nesta quarta-feira (17) é feito desde 1995 e avaliou mais de 114 mil quilômetros de rodovias pavimentadas.


A análise inclui a todas as rodovias federais pavimentadas, todas as rodovias concedidas e as principais rodovias estaduais do país.
De acordo com o estudo, 38% da extensão pesquisada estão em condições ótimas ou boas, ante 33% em 2024. Os trechos avaliados como regulares, ruins ou péssimos caíram de 67% para 62%.
As rodovias concedidas à iniciativa privada tiveram os maiores percentuais de melhorias em suas condições. Os trechos ruins nessas vias caíram mais de 60%. Nas estradas públicas, a redução foi de 23%.
Em 2009, segundo a CNT, frente à necessidade de investir quase R$ 78 bilhões, foram pagos pouco mais de R$ 19 bilhões. Em 2025, eram necessários cerca de R$ 50 bilhões, mas foram investidos R$ 11,7 bilhões.
Para a CNT, a falta de investimento do poder público pode ser compensada pelo setor privado, como explicou a diretora-executiva da confederação, Fernanda Rezende.
"Em 2009, a gente tinha 6.855 quilômetros, em 2014, nós tínhamos 11 mil quilômetros de rodovias concedidas e agora, em 2025, a gente tem 15 mil quilômetros de rodovias concedidas. A partir do momento que a tira rodovias que tem essa viabilidade para ser concedida e passa isso para o investimento privado, o governo passa a ter menos rodovia para gerir e assim consegue dar mais vazão ao investimento e fazer um investimento de qualidade.
A CNT alerta que estradas ruins aumentam o custo do transporte, com mais gasto de combustível e desgaste dos veículos, além de outros impactos como detalhou Fernanda Rezende.
Quando a gente fala de impacto no transporte, a gente tem um impacto para toda a sociedade, porque o transporte move o Brasil. O transporte move todas as economias do nosso país. Então é por isso que quando a gente tem um impacto na qualidade da rodovia, gente tem impacto no custo do transporte e, por consequência, nos produtos que estão na prateleira de supermercados e na competitividade internacional do nosso país.
Segundo a pesquisa, a má qualidade do pavimento eleva, em média, em 31% o custo do transporte rodoviário no Brasil, com desperdício anual de R$ 7,2 bilhões.
Na segurança viária, o efeito da infraestrutura ruim é ainda mais grave. Entre 2016 e 2024, foram registrados mais de 650 mil acidentes nas rodovias federais, com mais de 43 mil mortes.
Além das perdas humanas, o estudo da CNT estima que o custo anual médio com esses acidentes, incluindo atendimentos de emergência, perdas de cargas, danos aos veículos e impactos sociais ficou em R$15,58 bilhões. O valor é superior ao investimento público federal médio de R$ 10,7 bilhões em estradas.
Edição:Rafael Gasparotto / Eliane Gonçalves



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